Tempo de Solidão

"Tempo de solidão, tempo de exílio."

quarta-feira, junho 14, 2006

Arquitectura de um regresso

Mencionar um regresso não será a noção mais adequada; não acredito que alguma vez tenha deixado esta solidão para trás. Nem creio que isso seja possível em absoluto, uma vez que mesmo envolto nas mais eficazes fugas ou, idealmente, em névoas verdadeiras de felicidade, persiste sempre um vazio no nosso espírito. Se é colmatado, aceite, se é afastado ou não por uma palavra amiga, por uma carícia, por companhia, isso é o que determinará a amplitude da mágoa. Mas ela está sempre lá, creio...

Sinto-me uma pessoa nova com sentimentos antigos. Ler o que escrevi apenas é estranho por um momento, depois recordo-me do que era e do que ainda sou. Certas passagens fazem-me desejar mudar de registo, outras incendeiam uma estranha vontade de me contrariar a todo o instante, como se me recusasse a aceitar que aquele era mesmo eu. Como se isso não fosse possível, como se aspirasse a uma quebra, a uma ruptura.

Claro que se estou aqui é porque me sinto só. Ou antes, e para manter uma certa coerência, porque não tenho vontade de fugir mais ou de me esquecer dos meus sentimentos como se estivessem afastados de vez ou como se, subitamente, se tivessem tornado simplesmente irrelevantes por ocorrência de força maior.

Há muito que tenho de reavaliar. E se chegar às mesmas conclusões, não tenho exactamente de me lamentar pela falta de mudança ou passo. Será assim mesmo. De volta, pois.

1 Comments:

At 5:59 da manhã, Anonymous Anónimo said...

14 Junho

Vincent

Olhos de Mar
Aguarda-se
Teus Olhos de Sol.

Bj

 

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