Tempo de Solidão

"Tempo de solidão, tempo de exílio."

quinta-feira, julho 14, 2005

Situação

Hoje, no trabalho, ninguém estranhou eu estar tão calado. Ninguém fez caso quando o cinzento Vincent não soube dizer que dia era, quando ele se perdeu nas suas frases, quando ele fitava sem nexo e tempo o brilhante céu pintado de inocentes nuvens.

Depois de chegar a casa, notando o vazio e a ausência especialmente imponente de mais um dia na minha vida, recordei um certo texto que escrevi há uns tempos, em que notava a estranha tendência de me mostrar alegre e forte junto das outras pessoas sempre que na verdade a minha alma se atolava em profundas tristezas. Uma contradição nos seus próprios termos, eis o que sou. Uma pessoa assustada e cobarde, sem orgulho ou estima, mas que apesar de tudo se revela sempre incapaz de pedir ajuda.

Como é que isto aconteceu? Como me acho completamente só, sem um amigo, sem uma amiga, sem alguém que me ame?

Quero ser diferente, agora. Quero esquecer-me daquele que sou e apagar a minha vida. Sem me esquecer de ti, e sem perder o meu amor.

A hora é tardia, não o conseguirei...

4 Comments:

At 1:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Dói-me tudo por não ser nada.
Da grande noite embainhada
Ninguém tira a conclusão.
Coração, queres? Tudo enfada
Antes só sintas, coração.

Fernando Pessoa

 
At 2:54 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Sei exatamente o que sente muito embora, saiba que ja deva ter escutado isto por muitas vezes.Se houvesse algo capaz de mensurar carência, certamente, a minha seria o modelo de topo, bem por isso, talvez, não sei, é sinta tanta falta de amigos, como vc. Gostaria de poder me aproximar...Carol

 
At 10:04 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Estou aqui! Não me vês ?
Sou a sombra do teu pensamento e cubro-te a memória da cabeça aos pés.

 
At 3:44 da manhã, Anonymous Anónimo said...

São todos muito interessantes e extremamente românticos seus poemas e textos.

Parabéns por expor tais sentimentos que, se figuram tão somente na personagem de um poeta, já terá nos valido a leitura de tão criativa invenção. Se não,parabéns novamente por esta capacidade que tens de amar. Sorte daquele ser que permitir que tal emanação de afeto lhe seja atingida.

 

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