Tempo de Solidão

"Tempo de solidão, tempo de exílio."

terça-feira, novembro 23, 2004

Eternidade

Hoje tirei o dia para mim e para os meus pensamentos. Vagueei sem destino, percorri velhas ruas conhecidas, atirei umas pedras ao rio. Estava frio, de manhãzinha, o que adorei. Precisava de uma pequena pausa pois sentia a necessidade de dedicar alguns momentos a mim próprio. Por causa de tudo o que se tem passado nos últimos dias, tinha a esperança de me conseguir apaziguar um pouco, de me acalmar. Costuma ser assim que me tento consolar ou combater a solidão. Com mais solidão. Por vezes resulta, e eu encontro as palavras ou as decisões de pensamento que me aliviam o espírito e me oferecem um caminho.

Pois bem, hoje não funcionou muito bem. Já faz muito tempo que toda esta confusão começou, tanto, tanto tempo... Já não tenho palavras para mim próprio. Já não sei sorrir de mim mesmo e esperar por um futuro melhor.

Suspirei, sustive as minhas lágrimas e voltei a suspirar. Senti-me ridículo, no entanto. Será que não conheço outra coisa na minha vida que não esta estranha existência de obsessão e desejo? Mas porque só saberei desejar a única coisa que não posso possuir?

Mais suspiros, envoltos em silêncio. O pior de tudo é que hoje era suposto ser um dia feliz. Para ela, pelo menos. Logo, para mim também. Mas não é assim que o coração pensa, por muito que eu insista em cegar-me com lindas frases proclamatórias. Amo-a. Desejo-a, anseio por ela. E nada menos me contentará.

De qualquer modo, este é um dia feliz. Tem de ser. Não interessa o que eu sinto.


1 Comments:

At 7:12 da tarde, Blogger Vincent said...

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