Tempo de Solidão

"Tempo de solidão, tempo de exílio."

sábado, janeiro 08, 2005

Assunções...

Acredito que há mais musicalidade num suspiro e num sussurro deitados ao vento do que numa palavra directa. Que há mais ternura numa palavra encerrada no mistério do que a mais viva das declarações. Que o amor pode surgir em todo o lado, e que, seja qual for o seu destino, toma as rédeas de todos.

Creio que não é preciso saber para amar, nem conhecer para ser amado. Há mais amor secreto e verdadeiro do que se pode pensar, e tolos somos todos por não vermos isso todos os dias. Acredito que nunca serei feliz no amor, mas que isso não é razão para deixar de amar. A paixão não existe devido a um fim, a um objectivo. Simplesmente, existe, e não há nada que eu possa fazer senão vivê-la.

Acredito que o que o meu amor conta.

Acredito que é um prazer e um consolo amá-la sem que ela se aperceba. Como seria bom saber que cada um de nós tinha alguém com quem sempre poderá contar e que nunca deixará de emanar a sua ternura! Mas também, se não soubermos, não é por isso que vai deixar de haver ternura, e é por isso que é um verdadeiro mim e consolo amar incógnito. Estou lá, e mesmo que ela não saiba, lá estou.

Em tudo isto acredito, mas nada disto sei. O meu coração só conhece o presente e o que sentiu, e a minha mente apenas projecta idealizações para o futuro. Talvez o amor não seja nada disto, talvez seja simples e fácil, ou desinteressante e inédito. Tudo isto oiço dizer e tudo isto gosto de imaginar. Um dia virá, talvez, em que eu terei a felicidade ou a miséria de descobrir até que ponto tem razão o meu sentimento.

2 Comments:

At 1:17 da manhã, Blogger Hearthy Lovin Greens said...

o teu amor conta. O teu amor existe.

Ao ler este post lembrei-me de uma música do Jorge (Palma) que te transmito :)

O meu amor tem lábios de silêncio
E mãos de bailarina
E voa como o vento
E abraça-me onde a solidão termina

O meu amor tem trinta mil cavalos
A galopar no peito
E um sorriso só dela
Que nasce quando a seu lado eu me deito
O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Sarou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura...

O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe.

Um beijo de descoberta*

 
At 4:03 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Por vezes confundo a tua escrita e parece-me tão próxima ao que eu poderia expressar, depois "acordo" e apercebo-me que esses são sim sentimentos comuns em nós.
Apenas me resta com tudo isto, transmitir-te esta empatia.
Continua.

Anita (www.macrovida.blog-city.com)

 

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