O tolo era ele
E ela, teria compreendido?
Ele tinha mencionado o trabalho, e a tarefa tremenda da literatura, onde literalmente não era possível terminar a demanda traçada mas também seria descabido desistir. Ela tinha sorrido, apreciando as bonitas palavras. Chegou a dizê-lo.
Ela falava agora da vida. Teria compreendido?
Ele julgou que não. A dolorosa realidade dos monólogos dialogados atingiu-o de novo. Por um momento, desejou ter permanecido no silêncio. Desejou não amar.
Mais tarde, percebeu que quem se tinha enganado em tudo aquilo tinha sido ele. Ele é que não se tinha apercebido do quão acertadas tinham sido as suas palavras. Ele é que era o tolo. Ele é que se tinha esquecido de novo com quem estivera a falar, e de quem ele próprio era. E com isso aprendeu a amá-la um pouco mais.
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